Saturday, June 23, 2007

O Rio

Vejo o rio, um palco vazio de gente porque o mar não chega aqui. Ao longe a solidão de quem chora junto ao rio, naquele cais abandonado pelos barcos que vivem na cidade. O nublado do céu não me deixa ver o sol e procuro na cor do rio, algo que me dê luz para seguir em frente. O homem contínua só, o som dos barcos está longe e eu sentada nesta ponte pouco ou nada vejo do que aquele cenário me conta. A calma da água pouco ou nada me tranquiliza e vejo aquela figura só. Parece que mais nada existe, parece que mais nada consigo ver. Aquele homem, aquele corpo que se contorce, que se esconde, que não sai e que não fica, porque não descansa, porque não acredita que o vazio do rio não é o vazio da alma, que a calma do rio não é a emoção da vida e que a solidão do rio não é aquilo que ele se permite ser.
Maria

1 comment:

Vera said...

o que fazer quando algo não fica mas também não sai?