E derrepente cai o pano, o artista sai do palco e a visão que tenho é do que a realidade da vida me mostra. Uma ausência, uma tristeza profunda, uma raiva e zanga presente, mascarada pelas roupas bonitas, pelo penteado e cor de pele impecável, onde tudo parece perfeito mas de tão perfeito não o é. Os risos que se ouvem, as gargalhadas e sorrisos de olhar brilhante. Riso de dor, brilho de lágrimas contidas porque chorar não faz parte do cenário de felicidade que lutas todos os dias para representar. A felicidade, a vida, o amor e a paixão nada têm de luta, nada têm de sofrimento, simplesmente se sentem. Sentem-se por dentro, sem medo que a dor e a revolta, o engano e a tristeza voltem. Sentem-se quando te deixas tocar, sentem-se quando abres a porta do coração e não tens medo de mostrar o que ai está dentro, sentem-se quando a ausência do sentir se tornou insuportável e queres apenas gritar que te amem e nunca mais te deixem só.
Maria
3 comments:
"quando a ausência do sentir se tornou insuportável"
é algo que se pode demorar a perceber, que não se quer viver anestesiado
miga o teu comentário é brilhante...nunca queiras viver anestesiada...porque isso simplesmente é não existir...e tu existes e és bem grande
Permite-te gritar.
Permite-te estoirar, rasga o pano!
Deixa cair.
E sente...
A Vida vem depois.
(ao coração do artista)
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