Friday, May 18, 2007

De volta

O fogo do céu não apaga a calma do mar e tu que me olhas e esperas por mim. A ti nada tenho para te dizer, porque eu estou aqui, neste caminho que segui e tu quem és? e tu o que me dizes? e tu onde estás? No caminho de ninguém no vazio de ti próprio, há procura do principio de tudo, no encontro da existência do nada. Porque há muito que simplesmente deixas-te de sonhar, o mundo passou a ser um vazio de ausências e cheio de incertezas, dúvidas e angustias. A ti nada te digo porque me fui, não sei para onde, mas contigo já não estou, cansei-me de figuras disformes, rostos sem vida, uma dor que se sente, uma angustia que não sai. E a ti nada te digo, porque já tudo escrevi, a saudade que senti, a ausencia que passei, o medo que escondi, a raiva, o terror, o pânico que vivi simplesmente para te ter aqui. Do nada ficou o todo, um papel com um caminho, um pedido numa fotografia, apenas uma imagem, que é a tua.
(Um exercicio dificil, onde a leitura quase se tornou impossivel, mas a vontade e as lágrimas ajudaram a gritar, a libertar e tudo finalmente ficou bem)
Maria

2 comments:

Arnaldo Icaro said...

um momento que me fez sentir o meu corpo e a minha alma.
"obrigado"

Isa said...

"As coisas perdem metade da importância quando ditas alto." HH Bjs e obrigada pla partilha, ainda que difícil.