Monday, December 17, 2007

Uma foto que se perdeu

No meio daquele espaço, no centro daquele agora, percorrendo aquele caminho cruzei-me com aquela imagem. O sentir apareceu, o impulso contido fez-me seguir em frente, deixando para trás aquilo que me pareceu certo. Pois a vontade do que vem, ilude-nos no caminho onde estamos e mesmo que a certeza nos diga que podemos voltar para trás, tudo tem um momento certo, até aquela imagem que deixei. Que de certa fez-me sentir que não fugia e quando derrepente voltei para trás, já não existia. O menos provável, acontecera. Os restos daquela imagem destruídos pela força daquele instante, o momento que se perdeu, porque não acreditei no sentir que me invadiu naquele agora.
Maria

Friday, November 23, 2007

Águas Passadas

A força daquelas águas invade, deixando marcas. Mostrando a fúria, a força a imensidão daquele mar. A tranquilidade que se sente contrasta com o rasgado que se vê, com a fúria que te invadiu, com a dor que te preencheu. E as ondas partiram, voltaram serenas, cheias de luz e de brilho como o verde daquele olhar. O que vejo agora é a tranquilidade do mar, o azul do céu, as gaivotas que sem medo descansam em terra e mesmo que as marcas ainda existam, uma onda maior, uma vontade suprema, vai fazê-la avançar, pouco a pouco em direcção á areia, em direcção a ti e as marcas profundas, simplesmente se vão apagar...águas que passaram.

(Ricardo, obrigado pela inspiração!!!)


Maria

Tuesday, October 23, 2007

Friday, October 19, 2007

Mais do mesmo

O dia amanheceu claro, com aquele cheiro a sol que me entra pela pele e me faz recordar os dias daquele lugar.

Obrigo-me a levantar pois a noite acabou por ser curta para o encontro com todas as almas de que tenho saudades. Assim preguiçosa dou os bons dias ao dia e com a vontade de que não é apenas mais um dia, sigo em frente.

Junto ao rio, naquele percurso que de olhos fechados e alma aberta percorro, olho para o céu e lá estás tu, mais um avião que cruza o azul e o pensamento voa para ti. Não que isso me incomode, sei que vou ainda por algum tempo ver aviões no céu, porque ainda estás presente mesmo com a tua ausência, porque apesar das tuas visitas fugazes, simplesmente não te posso querer de outra forma, se não estarias ou então os aviões deixariam de me ver e por isso quis sentir outra vez, mais do mesmo, apenas para confirmar que o teu agora não mudou.

Baixo os olhos e volto ao rio, por momentos olho para o caminho e agora lá está o outro tu e sorri-o. Aquela marca deve ter aumentado o número de vendas naquele modelo mais de 50% e penso, mais do mesmo. Do meu e do teu silêncio, da minha e da tua ausência, das minhas e das tuas dúvidas.

Sem dúvida que o espelho tinha que ser bem grande para que de uma vez por todas, me deixa-se de medos em relação ao que quero, de dúvidas em relação ao meu sentir, de incertezas naquilo que sou e confronta-se de vez o sonho. A minha vontade em amar e ser amada, sem apego, de alma presente por aquilo que se é e não por aquilo que representamos, por isso se vieram à minha estreia, convencidos de que teriam mais do mesmo, enganam-se. Não consigo fechar as portas, mas sigo em frente. Não as fecho porque a ti não sinto que quero e a ti outro tu, porque sinto que tu não queres, porque eu sinto igual. Assim sem repetições e como criadora de senhora de mim, vos digo que aqui estou, de frente para mim, de frente para vós, de frente para aquele que é o meu sonho. Correr não vou, percorro a linha que me leva a ele, com perícia e equilíbrio e mesmo que por momentos duvide e questione, continuarei sempre a caminhar com o olhar presente em ti, presente em mim, seja lá quem és, seja lá quem sou, pouco importa. O sonho conhece-o de cor. As cores que o pintam, as formas que o controem, as imagens que o compõe, os sentires que enchem a alma com a certeza de que será o meu agora.



Maria

Friday, October 12, 2007

A Estreia

O artista entra em palco, o negro assume a totalidade do lugar, um vestido branco que esvoaça, deambula pelo espaço, flutuando sem arrasto, sem pesar, sem dor nem angustia. O cabelo solto pendente pelo corpo, o olhar certo de quem vê, revela uma figura de ser presente, com formas de linhas estreitas, partes iguais que se encaixam e formam aquela figura. Perfeita ou não, a sua passagem, a sua entrada, a sua presença revela um sentir forte de confiança, sem medo do escuro do palco, do escuro da vida. Apenas uma cadeira assente no meio do palco, de frente para mim, para nós, para o nada. Sentada contempla a agitação, o silêncio, o olhar de quem olha, o vazio de todos aqueles que não sabem o que é olhar de frente, olhar para dentro e verem que nada são, porque tudo é. A pouca luz existente vem dela, daquela figura que agora em pé, caminha. Numa troca perfeita de passos, numa agilidade sem medo, um caminhar de certeza que nada revela de dúvidas. Caminhando no vazio daquele palco, revela a vontade de caminhar pela vida, com o sentir de que tudo existe no lugar e no tempo certo, para aqueles que se entregam sem dúvidas de viver, sem medo de sentir e com vontade de serem aquilo que são. Pois cada um escolhe o que sentir, o que pensar e como viver. Ela sim escolheu sentir, que se parta em mil pedaços mas nunca mais vai ter medo de sentir. O que pensa, revela a imensidão da sua alma, a grandeza do ser, como espelho daqueles que a encontram no caminho que percorre. Como vive, sem dor, tranquila que a escolha de cada dia é a revelação da sua vontade e que tudo o que vive é o fantástico de existir. E se ama, perguntam vocês?! com toda a força do ser. Ama e é amada por aqueles que simplesmente estão pelo que se é, sem apego, sem dor nem sofrimento. Ama aqueles que tudo e nada representam, sem que alma se perca, sem que a sua essência fuja de si mesma. Ama apenas porque o sente como força primordial daquilo que é e daquilo que tem como existência singular, de todos os que a fazem amar. E assim sai aquela figura do palco, que nada disse e tudo revelou, simplesmente porque se permite existir.


Maria

Monday, September 24, 2007

Guilherme



Guilherme, que a tua vida seja sempre uma caminhada iluminada por ti mesmo e que todos os que cruzam o teu caminho te tragam sempre sabedoria, alegria, tranquilidade, felicidade e amor pelo ser fantástico que és.


Maria

Thursday, September 20, 2007

Mensagem


"Minha querida Maria, hoje que completas 2 anos de idade, quero te dizer, que nunca te esqueças de sorrir todos os dias, que o amor incondicional da tua mãe é eterno e que os seus olhos estão sempre em ti. Que a tua vontade é a força maior que tens dentro de ti e que a grandeza de quem és, vem dessa força. Que ao longo da tua existência te ames a ti, como aos outros e que nos momentos menos bons, que nunca te agarres ao medo, pois ele simplesmente não existe. Que percorras o teu caminho com passos de quem flutua, pois a vida é harmonia, felicidade e amor por tudo aquilo que és. Que enfrentes todas as encruzilhadas com um sorriso e muita tranquilidade. Que reflictas a alegria do teu ser, em cada passo que dás, em cada novo ser que encontras. Que te dês por inteiro a tudo o que acreditas e que nunca sintas que a vida por minutos pára, porque a força da tua existência será sempre aquilo que vives e sentes no agora."


(as palavras que tudo dizem...mesmo agora...sejas bem vinda)


(vera obrigada pelo teu sinal...)


(o meu sobrinho nasce hoje :), bem vindo Guilherme )


Maria

Wednesday, September 19, 2007

O ensaio

O rosto que vi não conhecia, um olhar apagado, uma falta de expressão, de vida, nesse corpo que te pesa, que te doí, que te grita para parares porque já não aguenta mais essa luta permanente em que vive. Quis abraçar-te nada era mais certo, sem impulso, sem pensar, uma certeza que se sente. Senti-te a medo, do que vinha, do que queria, do que sou. Falamos em paz de tudo e de nada, porque abrir o coração é difícil, por vezes impossível, sem sequer haver razão aparente. Estive eu, centrada em mim, com vontade de ti e tu cedes-te, baixas-te as armas e estiveste, sem pensar, sem questionar, simplesmente estar. E se me fui não foi porque o senti de ti, foi porque o momento assim o quis, porque sabemos que há mais para dizer, para sentir, mas não ali, naquele agora e sai, sem vontade de ficar, sem medo de não voltar e abracei-te, porque nada menos podia existir. Voltei a ver-te e senti-te outra vez, tu em mim e eu em ti, com vontade de não quebrar, com a vontade que nos funde, que nos une na essência dos seres. E apesar de hoje te ouvir, sei que não estamos, porque ambos sabemos que a expressão da nossa alma ainda não aconteceu, que a fuga ainda não terminou, que a luta ainda não cessou e apesar de te procurar, sei que sabes e eu sei que sei, que o agora desse dia, não era ali, mas sim no dia que esse agora for a nossa escolha.
Maria

Monday, September 17, 2007

Thursday, September 13, 2007

O coração do artista

E se o artista derrepente abre o escudo que lhe protege o coração com medo de sofrer, encara uma verdade que o assusta. A vontade de sentir combate com o medo de voltar a sofrer e então a luta derruba-o e enquanto não cair, não se partir em mil pedaços, não gritar, não quebrar aquele escudo, a não existência vai ser um sentimento constante, a fuga para a frente será a lei que a mente dita. Mas se ouvir o coração no silêncio da sua verdadeira essência, o que já se permitiu sentir falará mais alto. A certeza da vontade de viver, sentir e amar vencerá o medo. Quem um dia por momentos conseguiu voar, nunca mais vai conseguir ficar para sempre em terra.
(miga obrigada pelo comentário ao artista...que se permita)
Maria

Wednesday, September 12, 2007

O palco

E derrepente cai o pano, o artista sai do palco e a visão que tenho é do que a realidade da vida me mostra. Uma ausência, uma tristeza profunda, uma raiva e zanga presente, mascarada pelas roupas bonitas, pelo penteado e cor de pele impecável, onde tudo parece perfeito mas de tão perfeito não o é. Os risos que se ouvem, as gargalhadas e sorrisos de olhar brilhante. Riso de dor, brilho de lágrimas contidas porque chorar não faz parte do cenário de felicidade que lutas todos os dias para representar. A felicidade, a vida, o amor e a paixão nada têm de luta, nada têm de sofrimento, simplesmente se sentem. Sentem-se por dentro, sem medo que a dor e a revolta, o engano e a tristeza voltem. Sentem-se quando te deixas tocar, sentem-se quando abres a porta do coração e não tens medo de mostrar o que ai está dentro, sentem-se quando a ausência do sentir se tornou insuportável e queres apenas gritar que te amem e nunca mais te deixem só.


Maria

Frases que se sentem

Quando a vida é um sim
Manda calar o não que teima em falar
E então parece que não sei
Não saber é sempre bom
Doce bom
O doce do coração é olhar para ti
Não começou nunca nem tem fim
Mas existe sempre
Porque sempre é agora
Então não há que ter medo
"medo? O que é isso" Diz o agora!
É a merda da mente. O agora diz apenas para sentires
Arco Iris!
As cores que me fazem sorrir, como tu
As cores do amor


Maria e Sofia

Wednesday, September 5, 2007

Eu não quero...eu tenho

Querer...e se mudássemos a palavra e escrevêssemos, gritássemos bem alto para dentro de nós mesmos...tenho. Nada quero porque já tudo tenho e se o sinto não é resignação, não é falta de ambição é simplesmente acreditar que tudo o que tenho vem do meu profundo querer, logo a duvida não existe e a pergunta morre no segundo seguinte. Querer é futuro, tenho é agora e esse é o momento. Deita fora o passado que quiseste, deixa de esperar pelo que queres no futuro e agarra-te ao que tens no agora, porque esse é o espelho da tua verdade, do teu eu. Quanto mais perguntares menos vais ouvir...porque o teu outro eu, não sabe a verdadeira resposta e então debita tudo aquilo que não és, tudo aquilo que não tens. Num minuto do teu tempo, descansa e tranquiliza esse teu outro eu, abre o coração e sente o que ele te diz, esse és tu e a tua verdade simplesmente surge como aquela tela que um dia pintas-te, como o texto que escreves-te e que olhas e relés, sem a dúvida que tudo aquilo és mesmo tu.


Maria

Wednesday, August 29, 2007

Opinião

"Se não podes estar com quem amas, ama com quem estás"


Se leio esta frase, um sentimento de tristeza me invade, porque não é suposto ser assim, sinto eu e pensa o mundo. Não é justo para aquele que ama outro e para aquele que não é amado de verdade por aquele que lhe diz que o ama. Mas a verdade é que a ausência daquele ser é a presença naquela vida e ama-lo não faz parte da sua essencia, porque a liberdade das nossas escolhas revela-nos o que possuimos como nosso, como certo, como parte da vida que construimos. E porque nada é obra do acaso, aquele que se sujeita a estar com quem verdadeiramente não o ama é porque simplesmente não se permite mais.


Maria

Friday, August 24, 2007

Estamos...

Minha querida amiga, depois do inicio da viagem, ambas sabíamos que o regresso apesar de evidente, seria o começo daquilo que á tanto ansiávamos. A minha busca em encontrar o meu outro eu, sem nunca me esquecer de mim e a tua busca de finalmente perceberes qual é a tua verdadeira escolha como condição essencial para te entregares a ti própria sem medo de te amares. E agora que aqui estamos e apesar de continuarmos a sonhar que viajamos pelo resto do mundo, sabemos que essas viagens, esses lugares serão apenas o reflexo do nosso crescimento interior. Por isso nunca mais iremos perder o comboio nem antecipar o voo de regresso, pois apesar de o nosso tempo ser sempre o certo, o nosso eu sentirá que o propósito desses novos caminhos nada têm de medo, tristeza ou ansiedade, porque a tranquilidade que conquistamos ao chegar aqui é nossa para sempre.


Maria

Monday, August 20, 2007

Diário de Bordo

Decidi fazer uma pausa e voltar há rotina habitual, por gosto claro...porque sem dúvida adoro voltar para aqui, principalmente agora que mais um motivo me faz querer estar...motivo esse que é ter vontade de continuar a sorrir...também por ti.


"Cheguei ao outro canto do mundo e apesar da beleza, da perfeição dos que por aqui habitam, de tudo se encaixar, sem dúvida, a felicidade não existe aqui. A dificuldade no olhar, o silencio, a falta de risos e gargalhadas, a ausência do ser, está presente em todos eles e em todos os lugares. O peso que sinto ao andar pelas ruas, dá-me uma falsa sensação de tranquilidade, pois a real verdade é a falta de existência de todos os que aqui vivem. O contraste é enorme em relação ao meu sentir, como cultura, como pessoa, como individuo de vontades concretas e bem reais. Por isso o choque de sentires, por isso o aperto dentro de mim, como se derrepente estivesse ausente do mundo, longe de todos e entregue apenas a mim própria."


"E se derrepente estou no outro quarto do mundo, onde o sol até brilha, tudo se parece demasiado perfeito como uma daquelas cenas de um filme que olhamos e voltamos a olhar, porque de tão perfeito simplesmente se parece estranho. E nada é real, apenas este peso que sinto ao respirar, que não deixa o ar entrar, que me deixa prostrada e a ausência de todos os outros meus que nada dizem, que em nada estão, porque o meu eu não está presente neste canto do mundo. Porque vim para este lugar para saber o que não sei, sentir o que já sinto e avançar neste caminho que avisto e percorro. Por isso não estou lá nem eles aqui, porque avanço sozinha no meio deste mundo de ausências e dimensões paralelas, onde tudo se mistura, onde tudo é e nada existe de concreto. E se aqui estou é simplesmente para que as dúvidas fujam e fique apenas a certeza de mim própria."


"...e se disseres que sabes quando sabes, vais saber...e se disseres que não sabes quando sabes, vais esquecer...e se disseres que sabes quando não sabes, vai vir a ti..."


"Olho para mim, sem esquecer o resto do mundo, mesmo que a energia venha de tudo, porque o todo sou apenas eu. E tu, que te tornas parte de mim, sem que nos sobreponhamos, sem lutas nem competição, apenas a presença igual de quem partilha uma existência sem dúvidas nem cobranças, porque ambos sabemos que existimos por si só e que a união apenas nos permite crescer e nos tornarmos ainda maiores. Por isso me olho ao espelho, por isso e apenas aquilo que vejo é o reflexo da força e do crescimento que procuro em mim. E assim, estou neste ponto do mundo, sem a dúvida que o nós existe, mesmo que a distância me mostre que não estamos presentes um no outro, porque o estar é muito mais...e mesmo que não te toque, sei que me sentes e mesmo que não me vejas, sei que me olhas e mesmo que não estejas, simplesmente sinto que estamos."

"E depois de tantos dias a resposta veio a mim, sem qualquer dúvida. O agora é estar contigo...amar-te sem medos, com a vontade que sinto dentro de mim, de querer estar enquanto for o nosso tempo. Porque sinto que quero e sem dúvida é a minha escolha deste agora, sem estar presa ao passado, porque esse já passou e o futuro quando chegar também será a verdade do momento, mas nesse tempo, nesse dia, sem medos tudo simplesmente acontecerá como este agora que escolhi. E por isso sem medo vou dizer que te amo e sem medo vou estar durante o tempo que escolhemos, com a certeza de que te amar é sentir-te com todo o meu ser."


Maria

Thursday, July 19, 2007

Viva os copos...

A vida vale por isto...uma festa cheia de gente gira, com as pessoas que me fazem sentir viva, um chão de alcatifa para poder dançar descalça, um copo na mão servido pelo melhor barman da cidade, cubos de gelo para jogar futebol na pista, muitos pulos, risos e abraços com os amores da minha vida.


A vocês todos por existirem em mim, um sorriso gigante do fundo do meu coração

Linda há muito que não nos divertiamos assim...que bom... e agora estocolmo :)

Maria

Sunday, July 8, 2007

A Sombrinha


De sombrinha na mão e como uma deusa neste mundo de mortais, avanças com o acreditar na expressão de que o mundo te pertence, pela simples existência do teu ser. Porque a verdade absoluta do desejo dos que te olham, revela que a imensidão da tua presença será eterna.
Maria

Saturday, June 30, 2007

Depois do fim, o recomeço


Foi aqui que tudo se passou, nesta sala em frente aquela janela que me mostra o rio e os beirais daquelas casas. Onde o céu azul preenche o resto daquele cenário, onde os aviões passam sem parar e mesmo que não olhe, ouço-os passar. Foi aqui que decidi vir sem nada que me fizesse querer estar, uma vontade de dentro sem porquês nem razões. Uma folha de papel uma caneta na mão, sentei-me no chão e escrevi, a olhar para ti mesmo que não estivesses, a olhar para mim sem saber onde estou. Escrevi textos sem fim, desenhei palavras no chão, ouvi o que outros me contam e que lhes preenche o coração. Foi aqui que um dia decidi chegar, porque em lado nenhum conseguia estar. Foi aqui e é aqui que de frente me olho e percebo que estou.



E ao fim de 15 semanas das 16:00 ás 18:30, apesar da certeza do último dia, não me permito ver o fim chegar


A todos aqueles que o sabem, muito obrigada pela partilha destas 15 semanas


Maria

Tuesday, June 26, 2007

A Caixa da Felicidade

Se tiveres uma caixa coloca lá dentro três objectos que te façam sorrir, três pedaços de papel com palavras que te encham de alegria e três nomes de pessoas que te amam. Depois de colocares todas estas coisas lá dentro, fecha os olhos e relembra um momento feliz. Um momento onde o mundo parou, onde pulas-te de alegria, choras-te de entusiasmo e sorris-te de emoção. Não perdendo essa imagem, coloca a mão direita na tua testa durante 3 segundos e sorri. De seguida olha a palma da tua mão e continua a ver a imagem que recordas-te, sopra para que ela entre para dentro da caixa. Não precisas de fechar a tampa, pois tudo o que lá estiver, ali pertence e nada fugirá. Porque ao criares a caixa a tua vontade é que a felicidade te acompanhe para sempre. E nos dias que te esqueças dela, vai há caixa, olha lá para dentro e basta sorrir.
Nota: A caixa não tem limite, coloca a quantidade de objectos, palavras, pessoas e momentos que quiseres, nunca os tires, pois na felicidade como na vida, acrescenta-se, nunca se perde nem se tira.

Maria

Monday, June 25, 2007

Fada

Tenho uma fada da luz, para que nunca me sinta perdida no caminho que é a vida e para que nos momentos menos claros a vontade de ser feliz continue presente. Por isso me proteges durante o sono e me segredas nos meus sonhos, que a maravilha de viver é a vontade real de me amar.
Obrigada ás senhoras de si...
Maria

Saturday, June 23, 2007

O Rio

Vejo o rio, um palco vazio de gente porque o mar não chega aqui. Ao longe a solidão de quem chora junto ao rio, naquele cais abandonado pelos barcos que vivem na cidade. O nublado do céu não me deixa ver o sol e procuro na cor do rio, algo que me dê luz para seguir em frente. O homem contínua só, o som dos barcos está longe e eu sentada nesta ponte pouco ou nada vejo do que aquele cenário me conta. A calma da água pouco ou nada me tranquiliza e vejo aquela figura só. Parece que mais nada existe, parece que mais nada consigo ver. Aquele homem, aquele corpo que se contorce, que se esconde, que não sai e que não fica, porque não descansa, porque não acredita que o vazio do rio não é o vazio da alma, que a calma do rio não é a emoção da vida e que a solidão do rio não é aquilo que ele se permite ser.
Maria

A Fortuna


A música que te enche o sonho, conta-te um segredo. O segredo que a fortuna é sorrir. Sorrir quando encontras uma letra perdida que é o som do teu nome. Sorrir quando uma vela se acende para te iluminar o coração. Sorrir quando amas alguém que não quer sofrer e que percorre contigo o caminho que escolheste fazer a pé. Sorrir quando fazes flores com lã e ofereces a quem gostas. Sorrir quando te moldas há vida e sorris com ela. Sorrir quando te ouço chamar por mim com vontade de sorrir. E quando tu sorris e quando eu sorrio, o mundo sorri e o quadro que se pinta é o que a alma te conta e o coração segreda.
Maria

Friday, June 15, 2007

Escolhas

Passamos a vida a fazer escolhas e derrepente aquelas que um dia fizemos, tornam-se absurdas, porque o sentir associado a elas, nos incomoda, nos entristece. E então essas escolhas perdem todo o sentido, perdem toda a nossa vontade. Nada é definitivo nem as escolhas. Podemos sempre fazer outras, novas escolhas. O importante é percebermos qual a nossa real verdade e escolher. Um dia escolhi ser quem sou, um dia escolhi conquistar o que tenho e se um dia nada destas escolhas me fizer sentido, só tenho que escolher de novo. Nada se perde por mudar, simplesmente se acrescenta aquilo que se é e aquilo que um dia se escolheu.
Maria

Tuesday, June 12, 2007

O meu paraiso


Se te permitires sonhar, o acreditar um dia acontece. Se te permitires sentir, um dia a vontade vem e se te permitires um dia amar, um dia o amor simplesmente chega. Neste lugar onde tudo é permitido, porque o céu se encontra com o mar e com a terra, no meio da imensidão daquela praia, apenas existe aquilo que te permites querer.



(a foto é minha....:)



Maria

Wednesday, June 6, 2007

Instruções para não ter medo

Comece por fechar os olhos num sítio onde se sinta seguro. Mantenha os olhos fechados e circule pelo espaço, se esbarrar com algo não se assuste, continue. Após cerca três voltas circundantes pare, abra os olhos e foque um ponto no espaço, sorria. De seguida continuando a focar o mesmo ponto, sinta o que o faz querer fugir, o que o faz tremer de horror, o que o assusta ao ponto de o paralisar, o que o impede de viver. Sinta com o coração, se as lágrimas aparecerem, deixe-as correr. Depois de sentir durante cerca de cinco minutos, dirija-se ao espelho mais próximo e olhe de frente, bem perto, traga de volta o sentir e agora frente a frente consigo, frente a frente com ele, diga-lhe adeus, despeça-se e siga em frente.

Nota: Procedimento aconselhado apenas para aqueles que vivem a vida olhando sempre para trás e para aqueles que vivem a vida olhando sempre para a frente. Interdito aos que vivem apenas o agora, pois esses não conhecem o medo, deixem-nos continuar ignorantes.
Maria

Camões e as Tágides (Columbano 1894)


Tu mestre da língua, nós amantes da paixão. Tu que nos olhas com desejo e estendes essa mão. Ela que tenta alcançar, a outra que se questiona se vai e eu, olho para o vazio e sonho. Com o meu amor, com a voz, com o corpo que me liberta e me faz sentir mulher, não tu que me procuras, mas o outro que não está, neste espaço, neste tempo. Porque de ti nada sinto, nada pergunto, nada procuro. Por isso não te olho, porque não te vejo, porque o que alcanço é a vontade de amar e apenas por ele sinto a certeza de querer estar. Que a eternidade surja e que a união de nós aconteça. Perdoa-me se não te encontro mas a paixão não se questiona, nem a minha nem a tua.
"uma visita ao museu do Chiado"
Maria

A chávena de Chá (Columbano 1898)


Vejo uma mulher sentada naquela cadeira rígida, com uma postura inerte na penumbra daquele espaço. O cabelo alinhado, o rosto bem desenhado, a ausência de vida. Seguras uma chávena de chá, procuras o que ela te diz. O vapor do samovar envolve-te. Apenas a cor luminosa da chávena contrasta com a tristeza, com a solidão, com a ausência do que te rodeia. Só a tua chávena de chá tem significado nesta vida desolada, neste tempo vazio e de ausência, porque não te permites olhar para fora. O medo há muito que te paralisou e apenas a não existência te faz ainda olhar para o chá e tentar sonhar.
"uma visita ao museu do Chiado"
Maria

Tuesday, June 5, 2007

A festa


Naquele lugar de sonho, onde a escrita é a paixão de todos os que ali vão, abri a minha alma. Num estado de emoção, senti-me feliz. Porque vocês estavam, porque eu quis estar e principalmente porque a coragem de contar a tristeza e a dor que por vezes sinto prevaleceu. O medo ficou de fora, senti-me menina outra vez, um orgulho arrebatador pela minha conquista. Mostrei aquilo que sou, sentada naquele sofá, simplesmente porque me permiti sonhar.


"Um obrigado a todos os que estiveram e um obrigado do tamanho do mundo para a São"



Maria

Monday, June 4, 2007

O Dragão

Se tivesses um dragão levavas-me daqui?! Quero acreditar que sim e tu sabes que eu ia, mas nunca te pediria com medo que dissesses não. Se me levasses poderia ser para qualquer lugar, desde que houvesse sol, se não morria de tristeza. Não quero ir de avião, quero ir no teu dragão. Se me levares sei que é de vontade, de avião não sei. Para um lugar pequenino onde só cabíamos nós, para ficarmos agarrados num só. Fazíamos aquilo que temos medo de sentir, porque só gostamos para dentro, não o dizemos nem o fazemos, eu porque tenho medo de acreditar e tu porque será? Também não te pergunto, tenho medo da resposta, tenho medo de ficar só, tenho medo e estou...A medo lá vou dizendo, a medo olho para ti, a medo vou percebendo que te quero, quem sabe um dia o medo foge e eu sem medo, digo que te amo.
"As coisas que se escrevem durante 12 longas semanas."


Maria

Tuesday, May 22, 2007

Será?




Dizem que a vida só começa ao 30, até ai, andamos num rebuliço entre as vidas já vividas, na resolução do que um dia, noutra era, noutro tempo, noutro mundo, fomos. Se assim for, aquilo que é a nossa verdade, só agora se manifesta, só agora acontece. Por isso só agora a dúvida surge arrebatadoramente, só agora não conseguimos mais ficar parados e muito menos andar para trás. A certeza foge e o que fica é a realidade da tua escolha, do que és. Por isso agarras a maçaneta daquela porta que te reflecte e perguntas: será desta?! A resposta só tu a tens, a certeza é a tua e o que estiver por detrás daquilo que é a tua verdade, é a tua verdadeira essência, o que escolheste ser, o que escolheste ter, o tudo e o nada, a felicidade ou a angustia, o riso ou o choro, viver ou sofrer para sempre. Seres ou simplemente não existires.




Maria

Friday, May 18, 2007

De volta

O fogo do céu não apaga a calma do mar e tu que me olhas e esperas por mim. A ti nada tenho para te dizer, porque eu estou aqui, neste caminho que segui e tu quem és? e tu o que me dizes? e tu onde estás? No caminho de ninguém no vazio de ti próprio, há procura do principio de tudo, no encontro da existência do nada. Porque há muito que simplesmente deixas-te de sonhar, o mundo passou a ser um vazio de ausências e cheio de incertezas, dúvidas e angustias. A ti nada te digo porque me fui, não sei para onde, mas contigo já não estou, cansei-me de figuras disformes, rostos sem vida, uma dor que se sente, uma angustia que não sai. E a ti nada te digo, porque já tudo escrevi, a saudade que senti, a ausencia que passei, o medo que escondi, a raiva, o terror, o pânico que vivi simplesmente para te ter aqui. Do nada ficou o todo, um papel com um caminho, um pedido numa fotografia, apenas uma imagem, que é a tua.
(Um exercicio dificil, onde a leitura quase se tornou impossivel, mas a vontade e as lágrimas ajudaram a gritar, a libertar e tudo finalmente ficou bem)
Maria

Monday, May 14, 2007

O Angustiometro

Com este estado de ansiedade que me persegue e a insuportável vontade de terminar com ele, decidi comprar um angustiometro para por de vez de lado este sentir que não me sufoca mas que me condiciona o sentimento e dá força há razão.
O aparelho inventado por alguém de uma sensibilidade estonteante é me entregue por um homem baixinho, gordinho e de bigode, de uma daquelas empresas de entregas rápidas. Porque a ansiedade aumenta a cada momento e continuar há espera tornou-se demasiado dramático para correr de loja em loja há sua procura.
O pequeno aparelho olha para mim, já li as instruções e nada percebi, continuo a pensar se será real. As instruções são curtas, apenas três passos. Coloca a tua mão no botão vermelho, respira bem fundo três vezes, o pensamento que surgir, deita-o fora, é esse o sinal da tua angustia. O aparelho pode ser utilizado apenas vinte vezes, ao fim desse numero de utilizações, deverá ir há manutensão, pois a angustia corrói tudo aquilo que toca.
Finalmente me decido e sigo o procedimento. Mão esquerda no botão vermelho, aquela que se liga ao coração, porque sei que a angustia vem dai. Respiro fundo três vezes e nada acontece, mas quando o pensamento surge, tudo se explica, tudo se resolve, a angustia és tu. E então deixo-a partir, para que a tranquilidade volte, porque assim não posso mais, porque disse um basta a mim própria.
Retiro a mão, sento-me no chão e penso simplesmente em mim.


"o que se escreve quando a vontade nos faz imaginar aparelhos que serviriam para medir aquilo que dizem que não é mensurável. Um excelente exercicio, num curso fantástico"


Maria

Varinha Mágica



Num domingo onde o sol com vergonha espreitava e num dos mais fantásticos cenários de Lisboa, onde um mundo de gente se cruzava e apesar da pouca certeza de querer estar, encontrei-te. No meio de malas , alfinetes, saias, sapatos, sei lá mais o quê. Uma banca onde tudo era diferente, onde o sonho ainda vive e as pessoas olham e percebem o que sentes. Num frasco lá estavas tu, diferentes formas, diferentes sonhos, diferentes vontades. A medo perguntei, com toda a certeza me responderam. São varinhas magicas! Nem queria acreditar. Fantástico! pensei. Uma alegria estonteante me percorreu. Decidi escolher uma e o medo surgiu. A que escolhe-se seria a minha, a certa, a verdade absoluta do momento. Peguei em ti, li o que me dizias e sorri. A varinha mágica do miminho, que me diz para seguir em frente neste caminho e que coisas fantásticas vão acontecer. Nada melhor, nada mais certo. Percebi porque estava ali e porque só tu também poderias estar. Sorrimos e abraçamo-nos, a chuva começou a cair, o sol continuava a brilhar o arco iris apareceu, ao longe os sinos tocavam, tudo era certo e tudo iria ser.
Maria

Friday, May 11, 2007

Sinto

Minha querida amiga, sinto o coração pequeno, já não está apertado, mas pouco bate e por isso quase já não o ouço. Acordei triste, como o dia. É difícil estar parada, não quero pensar, tudo menos deixar a razão entrar, prefiro este estado de ausência do mundo. Hoje quando vinha no autocarro para um dos sítios onde me sinto segura, pois apesar de todo o sofrimento e tristeza que aqui se vive, toda a gente é gente pois sente com o coração, por isso é que escolhemos estar aqui. Neste espaço a razão pouco fala, por isso é que é a confusão, mas quem olha sente quem somos e por isso encontro a tranquilidade para vir para esta torre e olhar o rio, que me diz para ficar tranquila, que não tenha medo do que escolhi, que foi o certo, porque não mereço nada menos do que sempre tive. Mas como te estava a dizer, quando vinha no autocarro, senti uma grande vontade de chorar, que não te sei explicar porquê mas veio e deixei as lágrimas correrem para onde quiserem ir, porque a tristeza não é para ser contida é para ser vivida, como tudo o resto, a saudade, a alegria, o amor e a paixão. Lembrei-me do nosso caminho, daqueles dias em que o mundo não existiu e que apesar da dúvida do presente, estivemos no encontro de nós mesmas, demos de caras com o medo que nos acompanha, conscientes que voltar para trás é de todo impossível.
Maria

Wednesday, May 9, 2007

O descobrir o sentido das coisas, surge do nada

Olhei para aquela serra, do outro lado estarias tu e derrepente o sentimento surgiu. A tua vinda e a tua ausência representavam o que de mais medo tenho, a solidão, a tristeza e o sofrimento. O estar só por indecisão que logo se torna uma convicção imposta por nós mesmos, porque a tristeza e o sofrimento convivem há tempo demais dentro de nós e não nos conseguimos libertar deles. Porque só esse viver nos faz sentido, porque tudo o resto nos assusta e nos impede de mudar. E então do nada, decidimos mudar tudo, porque já nada nos satisfaz e corremos até cair, para que tudo mude, rápido e que a dor se apague e que não volte. Mas como as grandes mudanças têm que ser sentidas e a mudança real só ocorre quando o coração está presente, o mudar da razão nada resolve e por isso a solidão e o sofrimento continuam. Por isso estives-te, para que visse que não chega mudar por fora, que a real vontade do ser é que nos faz viver e que o meu reflexo em ti, me diz que não quero mais estar só, que quero abrir de vez o coração ao mundo, para sentir aquilo que sou, para que não pare e não desapareça de vez.

Maria

Tuesday, May 8, 2007

proposta para o concurso da revista cais "Portugal País de Poetas"

Portugal País de poetas, em cada esquina alguém que canta, em cada bairro um outro que compõe, numa casa tu que pintas, num salão todos dançam, numa sala um eu que escreve, na rua aquele que fotografa as cores da vida, as cores da cidade, a alma do país que somos todos, que somos um. Falamos de amor, desejo e paixão, corremos por alguém no meio da multidão e quando a encontramos acreditamos de verdade, porque este sentimento vem de dentro e não sabemos sentir diferente, por isso choramos, sorrimos, sofremos e amamos, tudo com a intensidade que é o todo, porque menos não existe e simplesmente não nos pertence. Somos o povo que conquistou os mares, que lutou pelo azul do céu, que sofreu pela liberdade, que amou incondicionalmente tudo aquilo que acreditou.
Por isso quando o cheiro da sardinha e da chouriça assada estão no ar, os balões, as bandeirolas, a música popular, sentimos que somos únicos. Nas festas típicas dos santos, tão características do povo português, todos se juntam e tudo se concretiza. Bairros que recebem pessoas de todos os lados, pessoas que vêm seguindo a multidão, a música e o pregão. E eu estou neste pátio olho para a banca dos manjericos, a senhora sorri e diz: menina leve um, são só 2€. E eu sorrio para aquela mulher, com a pele queimada do sol, cheia de marcas da vida que já viveu, feliz porque esta é melhor época do ano, porque está sempre sol e todos sorriem. Olho para as quadras penduradas nos manjericos e tento escolher uma. Todas falam do mesmo, amores e desamores, porque o sentimento comanda a vida e é impossível não sermos abalroados por ele, só aqueles que fogem é que não sentem, a vontade de querer estar, dar e amar e mesmo esses por momentos se apercebem que o sentimento existe. Uma das quadras diz, “se um dia sorrires para mim, atrás de ti vou correr, pelo mundo fora, para não te perder”. O cravo é vermelho, a cor da paixão, porque o manjerico faz parte da tradição, só o cheirem com a mão se não ele vai morrer de desgosto e é sempre triste ver uma planta morrer.É como um desengano de amor, que dói e mata por dentro, aquele que não quis ficar e que deixou o outro, que se entregou por acreditar que era possível, que fazia sentido e que tudo ia acontecer, porque era essa a sua vontade, e ninguém sente sozinho por isso quem não fica é porque foge, de si e do mundo. Outra quadra diz, “se um dia te encontrar, para sempre te vou levar, bem pertinho de mim, sentindo sempre que sim”. Este cravo é branco, sinónimo de saudade, que tanta lágrima faz correr por toda a eternidade. A saudade é bem nossa e ninguém a sabe explicar, mora bem fundo dentro de cada um e é sinónimo de amar. Amar tudo o que somos, acreditando sempre que a vida é para ser sentida, porque nada menos é exigido por aqueles que acreditam. O acreditar vem de dentro bem como a saudade, mas ao contrário da saudade que pode ser boa, o acreditar não tem duas faces, quem acredita será sempre o dono do mundo e aqueles que não se permitem, serão apenas aquilo que o mundo quiser que eles sejam. O manjerico com o cravo amarelo que representa a felicidade, diz na quadra “se nos amarmos para sempre, nenhum de nós vai chorar, estarei sempre ao teu lado, para sorrir e te abraçar”. O amarelo cor da luz, faz-nos sentir que é sempre bom estar aqui, de mão dada com o mundo, sentido que cada momento é único, porque o somos e nada menos é importante. A felicidade anda de mão dada com a alegria, o amor e a paixão, e quem não os sente, não poderá ser gente, deixou que a razão ganha-se a batalha do coração, e tudo perdeu. Mas para aqueles que o fizeram, um segredo vou contar, nada é eterno, nem a vontade de amar, por isso se voltarem a acreditar que tudo pode mudar, lutem com a alma e o coração e puderam chegar aquele lugar onde tudo faz sentido simplesmente por amar. E porque somos um País de poetas e o poema faz parte do sonho, deixem-se sempre levar por aquilo que o mar diz, o céu conta e cada um sente.
Maria

Monday, May 7, 2007

ser

O meu estado de ser assusta-me tanto que até tenho medo do que vou escrever. Esta ausencia e vazio que sinto dentro de mim é tão grande que nem sei onde termina ou se vai ter fim. A angustia qu me invade derrepente, que me aperta o estomâgo e me bloqueia, leva o pensamento para a dor e só me apetece desaparecer. Agora percebo a saudade que sempre senti, que não acabava. Uma saudade eterna porque nunca estiveste aqui e mesmo que a tua ausencia não me sufoque, a ausencia do sentir é que me doi, do meu não do teu. Porque de ti nada é real, por isso simplesmente não existe. E se me reporto a ti é porque quiz que fizesses parte de mim e agora que nada fica, apenas um papel com a tua letra com um caminho para um lugar que nada nos diz, porque nunca vivemos e pouco estivemos, nem consigo escrever de ti. Não consigo nem quero, porque aquilo que sinto é meu e a força que me faz andar para a frente é a vontade que tenho de ser e de chegar aonde tudo é por inteiro, verdadeiro sem medos nem fugas, onde a mentira não existe e a única língua é a do coração. Onde a razão fica á porta, porque ninguém a quer presente, onde os corações se unem e vivem como um todo, onde estamos porque é essa a nossa vontade sem fugas. Onde nos permitimos sentir e simplesmente estar por nós e com os outros. Mas como esse lugar é longe e a viagem dificil, só os bravos da vida lá chegam e ficam e eu consegui chegar e sem dúvida não me vou permitir recuar e muito menos não ficar.

Maria

estou

uns tiram fotografias, outros fazem música, alguns dançam, alguém pinta e quase todos fazem o que simplemente lhes apetece, eu gosto de escrever...por isso decidi mostrar o que escrever me permite sentir. Partilhar é sempre uma boa descoberta.

Maria